Um homem nascido em tempos sofridos, Onde a fome predominou. Nunca foi o mais querido. Entre os filhos o que mais aprontou. Encontrou uma moça muito dengosa, A mais charmosa daquele lugar, Sonhos sonhou e coisas pensou, Para com ela poder casar. Desta paixão nasceram bons frutos, Pena que o homem não soube cuidar. Passou o tempo e a cada momento, O mundo estava a ensinar; Que a vida não é brincadeira, E para viver o homem tinha que trabalhar. Na cachaça encontrou uma saída, Pra esquecer a vida sofrida. Anos passaram e ele envelheceu, Ficou dependente, Um velho carente, Que o amor não conheceu. O homem sofreu muito. Até que um dia Jesus das trevas o tirou, Estendeu sua mão e o abraçou. O velho em gratidão, Pediu perdão a quem tanto ofendeu. Apenas restou a vontade De ter o amor que ele perdeu. (Yara Morais)