Um homem nascido em tempos sofridos, Onde a fome predominou. Nunca foi o mais querido. Entre os filhos o que mais aprontou. Encontrou uma moça muito dengosa, A mais charmosa daquele lugar, Sonhos sonhou e coisas pensou, Para com ela poder casar. Desta paixão nasceram bons frutos, Pena que o homem não soube cuidar. Passou o tempo e a cada momento, O mundo estava a ensinar; Que a vida não é brincadeira, E para viver o homem tinha que trabalhar. Na cachaça encontrou uma saída, Pra esquecer a vida sofrida. Anos passaram e ele envelheceu, Ficou dependente, Um velho carente, Que o amor não conheceu. O homem sofreu muito. Até que um dia Jesus das trevas o tirou, Estendeu sua mão e o abraçou. O velho em gratidão, Pediu perdão a quem tanto ofendeu. Apenas restou a vontade De ter o amor que ele perdeu. (Yara Morais)
Numa noite de inverno, te encontrei. Meu vazio preenchido por alguns sorrisos, Que me tiraste dos lábios. Sua voz serena a falar coisas envolventes. Seus braços firmes em meu corpo, Impediram que eu fugisse. Sucumbi com um beijo repentino. Indefesa, vi um aventureiro em busca de uma vida sem correntes. Com você, esqueci-me de tudo o que havia feito E do que deveria fazer. Subvertí. Esperava que não fosse a última vez, Que pude beijar a tua boca e admirar teu sorriso. Seguí... (Yara Morais)